Sonetos : 

Colírio, precisa-se

 
Tags:  inter(in)ventivos  
 
Doi-me o olhar ao ver-me assim partícula
De um todo infecto assassino d'arco-íris...
Rubro raiar, meandros de radícula,
Estranho espectro no brilho dos sentires.

Doi-me o olhar à luz da contundência
De um quase tudo que descura a acuidade
Sem sequer dar ao sopro a penitência
De ser miúdo o cisco d'atrocidade.

Ah, eu quero o colírio da Vontade!
Conspurca-me a intrusão a que pertencem
Os meus olhos que não lêem os sinais!

Desespero a luz limpa que me há-de
Ser lição, nácar e lágrima que merecem
Dos escolhos só os vértices consensuais!


Teresa Teixeira


 
Autor
Sterea
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1422
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
10 pontos
2
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 16/08/2011 02:54  Atualizado: 16/08/2011 02:54
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Colírio, precisa-se
Boa noite Sterea, sua personagem vive uma profunda inquietude com os eventos da vida que a circundam, parabens pelo seu instigante poema, MJ.

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 18/08/2011 00:59  Atualizado: 18/08/2011 00:59
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: Colírio, precisa-se
Esse doí-me como meu, saído das entranhas da alma. Já traio-me sem espantar... bjs