Psiu!
Íris Galvão.
Psiu!
Palavra presa.
O pensamento, porém, mais livre ainda...
Virando a mesa,
não-censurado,
pousando ousado
na boca que ordenou e que é tão linda!
Psiu!
O dedo aponta.
eu falo só pra disfarçar o medo...
a voz não conta,
camufla tudo,
é só escudo,
que uso pra esconder mais um segredo!
Psiu!
Silêncio agora.
Sentimento gritando no meu peito...
Expõe-se e implora
compreensão,
aceitação,
sabendo de antemão que não tem jeito!
Psiu!
Abro os canais.
Só pra você existem meus ouvidos...
Pra ninguém mais,
ninguém mais conta,
só quem me aponta,
sem saber que perturbou os meus sentidos!
Carinhosamente,
Íris Galvão.