VIAJANDO E OBSERVANDO
(Jairo Nunes Bezerra)
Meu cérebro viaja a mil por hora. Volta ao passado e se concentra no presente. E até corre para o futuro! Sou escravo dele nessas variações infindáveis. Presencio o andamento de jovens pelas ruas das grandes cidades à procura de empregos. Estão cansados e com fome. Estão bronzeados pelo sol ardente e seus olhos estão fixos à frente e amortecidos. Nenhuma esperança alimenta aquele caminhar, rotina diária. Outros, desesperados se deitam em calçadas ou bancos de praça, até que a polícia os leve para prisão pelo crime de vagabundagem. Lá, será melhor: Terão um lugar para dormir e refeição precária. E o que se lastima é que aqueles jovens já cursaram o segundo grau. Do novo lar, sairão preparado para sobrevivência: Assaltos e drogas! Posteriormente serão novamente presos e com novos
enquadramentos. Cumprida a pena, soltos, regressarão àquele lar, pois com o seu currículo maculado, não terão oportunidade de fazer parte da sociedade. È e será sempre assim. Lateralmente, tenho outra visão: Jovens bem vestidos a volante dos carros do ano, se dirigem às faculdades. Eles têm familiares com boa situação parcimoniosa, que os incentivam a trilhar esse caminho que os farão independentes. Estão bem alimentados e felizes. Um lar os aguarda. O contraste sempre existiu. Mas agora, é bem diferente: PESA A FOME ZERO, cuja tradução significa MAIS FOME!