Almas sombrias!
Vagueaste pelas sendas da escuridão
Entre gritos, entre dores e sempre aflita
Não te compreendes, nem sabes, não
Quem é? Que fazes tu, aqui perdida!
As saudades batem fortes e dolorosas
Queres ver quem deixaste para trás
Sentes que estás no limbo, sofrendo
Sentes injustiçada, por todos, mal amada
Onde estás tu? Onde está Tu meu Pai!
Tateia lentamente na busca da sua luz
Lamenta como tu lamentas quem fostes
Nem por um simples momento te arrependes
Dos erros, das graças feitas aos outros, afinal
Tu eras tão importante ali, poderosa e única
No teu pedestal, onde ninguém te atingia
Tu caíste, caístes e agora quem te levanta?
Quem? Quem chora por ti? Ninguém chora
E perdida humilhada no teu orgulho ferido
Vagueias na tua lápide, entre os canteiros
Vendo alguém chorando nas outras campas
Rezando e acendendo velas por seu ente amado
Ninguém! Maldita foste tu, que na terra ficaste
De olhos rasgados, ela ajoelha em sua lápide
Vazando as lágrimas do seu arrependimento
Estou tão cansada! Quero dormir, por favor!
Entre soluços, sacudidos pelo vento, molhando
Sua alma, que doía tanto que explodia o coração
Era a hora, uma luz forte, descia sobre a campa
Um anjo, comovido pegou nela e a levou
Para que ela descansasse no jardim de Deus...
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