DE VOLTA ÀS ORÍGENS
(Jairo Nunes Bezerra)
Não sabia da existência de excelentes cantores neste
pequeno espaço do sertão. À reunião se apresentaram
mais de oito. Um, representava o frevo, dança e música
do carnaval nordestino, mais particularmente de
Pernambuco. Outra música de compasso binário e
acompanhamento sincopado: Samba. Os demais, de
preferências diversas, entre os quais estava incluído
o nosso poeta Jairo. O “Show” se estendeu até as
quatro da madrugada. O ponto predominante foi:
(afirmativa dos presentes) quando o poeta Jairo,
recentemente chegado de Buenos Aires, cantou os
tango “Mano a mano” e os sucessos de Júlio Iglesias,
“El dia que me quieras”, “pelo amor de uma mulher” e
até de Augusto César, como posso te esquecer”.
Vinte e duas garrafas de vinhos, foram esvaziadas e dezenas
de lingüiças e picanhas consumidas ante as duas fogueiras, e
ao som dos vários instrumentos presentes. E as mulheres,
acompanhantes dos seresteiros, faziam parte, com seus vestidos
longos e rendados, enquanto o poeta Jairo, abraçado ao seu
violão, fitava o horizonte!...
Os primeiros raios do Sol, ainda mornos, banharam aquele
espaço, denunciando a presença dos que pela vereda
regressavam aos seus lares. E próximo... Uma rede branca
tremulava tal bandeira da paz!