Luso-Poemas
 
Poemas : 

Deitou-se a minha forma

 
Morre-me a flor
Em grito sufocado
Ao mesmo tempo que a cinza cai no chão
E dói-me o sentido estreito
Numa contorção previsível
Quando contraio o peito
Já minado de fome

Agrido a vontade
Toda afunilada pelo desgosto
Numa tentativa de lhe comer a idade
Que de tão velha
Incrusta a carcaça engelhada
Feita de fim
E de murchas formas de ser

Digo adeus
Céus! Digo adeus
Despiu-se espírito
Dos seus ornatos e emudeceu
E emudeceu-me a direito
Num corte lento e fino
Que me castrou o tino

Valdevinoxis

A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 11/08/2011 23:57  Atualizado: 11/08/2011 23:57
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Deitou-se a minha forma
Boa noite Valdevino, seu personagem sente-se em decadência, com o desgaste inexorável que o tempo lhe implica sobre a sua frágil materialidade, parabens pelo seu contundente poema, MJ.

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