O "Stress" que o tempo fomenta,
A corrida pela vida que a vida exige,
Os disfarces dos sorrisos forjados,
A compreensão entre cerrar de dentes.
Esse gosto amargo na boca de língua solta,
Resultado das palavras ditas sem vontade,
Assumidas só para mostrar falsos propósitos,
Conseqüência de engodo no jogo de agrados,
Inconseqüente conduta cotidiana e ralé.
Quero um gole de água pura de chuva de verão,
Quero um respiro profundo para me alimentar,
Preciso ficar alheio as simulações alheias,
Necessito afagar a vontade de ser fiel,
Enxergar o brilho da verdade no que me seja dito.
Quero eliminar esse gosto confuso da minha boca,
De “roda de carroça” vazia e barulhenta,
De “tampa de poço” seco de água e vida,
De “cabo de guarda-chuva” de tempestade,
Tudo utensílio dos dissabores das falácias.
Vou remoer o Stress desses tempos,
Sossegar o ânimo e serenar a pressa,
Sobrepujar as Rodas, Tampas e Cabos,
Desse amargo gosto incrustado na boca,
Que vomito no vento ou engulo sem cuspe,
Sem deixar, contudo, que me corroa o estômago,
Muito menos os valores do bem viver comigo.
EACOELHO