Naquele dia nasceu a altanaria esquecida de Caxias No mais completo dia 10 de agosto de 1823 Não marca na cidade da Princesa do Sertão - (10/08/2011) Nem um coração que lhe dê um aperto de mão. No albor do filho garrido que Deus tenha compaixão!
Torrão dos celeiros dos potes d`ouro Soçobrada em gota de prantos caídos. Eram homens bravios lusos quã`um touro Defendiam as portas de Caxias – fidos das portas d`algodão não eram mouros. Eram os guardiões da Coroa bem cridos.
A vila contra o berro do Ipiranga Fazem o bastião `os filhos de Lisboa Das mil jóias por armas – negros das gangas Cercados: Ninguém descia o Rio em canoas Nem via o Piauí com arapongas.
Bem ali... Bradava o sangue nas ruas Torrão dos celeiros dos potes d`ouro E as meninas Guanarés quase nuas Na terra que foram suas – um tesouro. E veio o vento - homem da Ordem de Avis. Bastante armado até os dentes - Fidié.
João Manuel gritou versus Ipiranga Munições nas janelas e palmeiras Fidié com certeza chorou pitangas Os Canelas finas ouviam asneiras E a tropa brasileira com mangas. Cercados: Ninguém descia o Rio em canoas Nem via o Piauí com arapongas.
João olhava a pança da dona Vicência Era nona hora triste de abrir O céu azul sem estrelas da inocência Sair pelo mundo sem poder sorrir Co`as colheres de ouro no caxixi. Cercados: Ninguém descia o Rio em canoas Nem via o Piauí com arapongas.
A tal Rua do Cisco, ali chovi`em choros Nega Vicência em total amargura: -João! Não vá à luta. Não parta `em doçura -Não Vedes a luz da única alegria? João olhava a pança da dona Vicência Era nona hora triste de abrir O céu azul sem estrelas da inocência. Cercados: Ninguém descia o Rio em canoas Nem via o Piauí com arapongas.
Tão Infeliz com a perfídia arrancada Extraída do leal peito lusitano Era uma hora da soberba aurora Os céus com a lua se se entusiasmaram. Abriram trilhas nas matas d`estrada E dali vencia o comboio infiel lisboano Nem mesmo as corujas avistavam. Cercados: Ninguém descia o Rio em canoas Nem via o Piauí com arapongas.
Fidié aquartelado nada falava Dom Pedro Primeiro de lá sorria E o menino rei do Brasil orava. Cercados: Ninguém descia o Rio em canoas Nem via o Piauí com arapongas.
Ó Feliz Sambaíba dos passos meus! Foram marcados pelos passos teus Meu Ouro Verde das palmeiras galantes Desígnio do miúdo filho de Deus. Ouviram os Guanarés nos mofumbos: -Viva Tupã! Bem ali... Um brio nasceu. Nas brenhas das palmeiras do Jatobá Pobrezinha choupana - palhas minhas.
Na cancha da Boa Vista, João disse: -Não lutei por minha Pátria. Ó Lisboa! -Dei-te a vergonha ao teu pé sozinho! -Hei-te abraçar até a Sé de Lisboa! Cercados: Ninguém descia o Rio em canoas Nem via o Piauí com arapongas.
João olhava a pança da dona Vicência Eram as últimas horas tristes de abrir O céu azul sem estrelas da inocência Chorava nas palmáceas de um sabiá O grito festivo com dor, João disse: -Chamo-te de Antonio Gonçalves Dias, O único e correto filho de Caxias.