Aos meus verdadeiros pais!
Dizem que parir é dor e criar é amor
Botem amor nisso, quanta paciência
Que digam os meus tios que me criaram
Quanto amor gratuito, quantas noites
Ficaram em meu quarto, curando-me
Quantas respostas deram as perguntas
Quantas foram as historias contadas
Outras recreadas por nós três no caminho
Quantas lágrimas secadas, quantos abraços
Quantas noites rindo, felizes na mesa, juntos
Quantos passeios, quantas cidades, países
Quantas palavras ensinaram, sabiamente
Quantos passos me guiaram sem medo de errar
Quantos gritos acalmaram, devorando meus medos
E quando eu cresci, eu tive que caminhar sozinha
Fazer minha historia, escrever meu livro e ser mãe
Por vezes acordava na noite, chorando, como chorava
Pois não tinha mais vocês aqui comigo, não tinha mais...
Não podia mais pegar no telefone e escutar a vossa voz
Nem sequer sentir vossos abraços e vossos conselhos
Sentir o vosso cheiro, a vossa essência tão querida
E minhas lágrimas jorram como nunca jorraram
Neste meu mar, tempestuoso, nesta vida sem vós!
E qual foi o meu pranto de dor, quando busquei
As últimas flores, o ultimo adeus, o ultimo toque
Sobre a terra, vós ficastes a flores secaram silenciosas
É apenas na vossa lápide fria, tão fria e deserta
Que minha alma se partiu, emudeceu, desfaleceu
Na falta que vocês me fazem! Eu tenho tantas saudades!
Que sinto a falta do vosso amor, tanta falta e me pergunto
Porque vós partistes e me deixaste aqui tão sozinha...
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