Sou folha ressequida que se desprende
De uma flor de neve pelúcia e perfumes...
Uma ave que pela abóbada azul se estende
Até alcançar galáxias de poderosos lumes...
Fico pairando, sussurrando aos anjos segredos
Das nossas travessuras, delícias divinas outonais,
Escritas sagradas de letras "cor-de-seus-cabelos"
Ungida em seu hálito hortelãs dos matos florais...
Sou mais uma folha que se vai, ressequida;
Uma flor ou uma ave que deixa levar pelo vento sul.
Tenho uma paixão que é a orquídea mais linda,
A estrela matutina que fulge por esse imenso
Manto azul!...
É pomba do colo de neve e vestido
Que se vai, por aí...
É a Eva do térreo frutífero paraíso,
Meu amor, minha amada, Madame... X!
Gyl Ferrys