Soneto para Ney Mourão.
Quem vai aos poucos quer ficar ainda,
está preso a algo que não quer deixar...
Firma seus rastros demarcando a vinda,
sobre seus próprios passos quer voltar...
Quem se afasta e leva na bagagem
tanta saudade doce e persistente,
não segue mesmo inteiro na viagem,
deixa um pedaço consolando a gente...
Talvez por isso, Ney, vê-lo partindo,
pra qualquer lugar que estiver indo,
não doa tanto em nosso coração...
Você foi feito para o mundo inteiro
para plantar, regar, ser jardineiro
e já firmou em nós o seu Mourão...
Para quem não precisou de tanto tempo para conquistar o espaço de inúmeros corações, este soneto também está indo aos poucos, escorrendo devagar e aumentando nas entrelinhas que não foram escritas...
Com muita amizade,
Íris Galvão.
Carinhosamente,
Íris Galvão.