Tenho saudade de um fado,
Se cantado e não à toa.
Saudades nunca a meu lado,
Quando me cheira a Lisboa.
A guitarra também chora,
Em noites de nostalgia.
Tão cedo não vou embora,
Do fado da Mouraria.
Escuto um fado e tão baixinho,
Fado aquece, é como chama.
Cheguei ao lar não cedinho,
Por chegar da velha Alfama.
De bairro em bairro afinado,
Fadista mais se afeiçoa
Com a guitarra a seu lado,
"Tradição da Madragoa"
À beira mar plantado,
Portugal tal doce ninho.
Se um dia não escutar fado,
É estar só, morar sozinho.
Não sei quando chega a morte,
E, se alguém fica ao meu lado.
Sei que, ao morrer terei sorte...
Ouvir da guitarra, um fado!
Autor: José Pais de Moura
Zé Pais é um amigo poeta, com dois corações. Um no Brasil onde viveu grande parte de sua vida e outro, em Portugal terra amada onde nasceu. E a saudade que sente de Portugal faz com que ele, nos presenteie com tão belo poema.