Entre as brumas e quimeras
Entre alentos e desalentos
Minha vida é uma peça
Representada na pura arte...
Vida! E o que é a vida?
A vida, por vezes é filha...
De grande brincalhão
Quem sabe, quantos atos
Quantas peças, ela ainda
Representa entre as luzes
Da ribalta, entre o ofusco
Dos desenganos e desamores
Na tenda dos grandes horrores
A vida é uma grande peça
E que peça ela o é!Que peça!
Por vezes nós desabafamos
Mandando a peça á merda!
Há! Desculpem-me, não era
A peça não! Apenas a mim!
As luzes se ligam e a peça
Inicia com toda grande pompa
Escutas palmas, suspiros, risos!
Todos te mandam de novo a merda!
Dizem que dá sorte, mas que sorte!
E tu representas o acto, fiel
Ao teu maior papel, é a atriz
Principal, vaidosa e formosa!
Passaste, agora é fácil
As cortinas voltam a fechar
Embora já cansada
Suada, humilhada...
Tu! Tens que acabar
O acto final da tua peça
O palco todo se ilumina
Todos se calam, ali
Jaz o silêncio mortal
Por respeito e na dor
Esta é a tua última
Representação...
Todo se apaga, ali
Os focos arrefeceram
O meu corpo é carregado
Ah! Vida, sua ladra!
Que roubaste o meu
Ultimo sopro neste
Palco da minha
Vida!
Esse era o meu
Último acto aqui!
Desçam o pano
Eu estou ainda
Mandando, aqui
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