Corre serenamente o rio para a sua foz,
leva meus olhos por sobre as águas,
e em desenhos esmiuçados, nas nuvens,
cinzelo o teu rosto, da cor do mármore.
Todas as tardes presta-se a acalentar
o meu desassossego, em sorrisos francos
e rasgados, como o sol, quando aparece,
vindo de lá da linha do vasto horizonte.
Caminhas para mim hierática e segura,
e pegando-me nas mãos, dizes-me de teu amor,
tão sincero como uma flor, acabada de nascer,
no regaço abrangente de teu colo, feminino.
E entre abraços, beijos e inconfidências,
unos somos, para toda a eternidade,
levando a palavra amar, até aos confins
de nossos sentimentos, mais espontâneos.
E somos felizes assim, que terna é a candura,
que nos envolve, no mais alto de todas as alturas.
- E nos montes circundantes, o eco de nossas vozes,
que em perfeito uníssono, se perpetua.
Jorge Humberto
06/08/11