veio a onda e sentou-me no cais
veio o vento e limpou-me os nasais
veio do sonho um assobio cego
furou-me um olho como um prego
fiquei parada boca de careta
veio a gaivota poisou-me na crista
veio a espuma toldou-me a outra vista
veio a polícia levou-me para a prisa
mas fui expulsa porque não tinha visa
perdi pau e bola, a cara na valeta
veio a solidão que me deu o bote
veio a multidão pedir que me anote
veio o frio gelou-me o esqueleto
e só tu personagem deste soneto
não vieste, óoooo com medo da marreta
(não sei qual delas sou a careta, a valeta ou marreta)