Nunca fui boa em trabalhos manuais. Não sei pintar em tecido, não sei fazer papel machê,
não pinto quadros, muito menos desenho.
Não sei mexer com plantas, não sei fazer mudas, só admiro a natureza.
Não sou uma cozinheira de mão cheia, na verdade, eu e a cozinha nos respeitamos, cada uma aceitando o limite da outra.
Já tentei tocar violão, já tentei tocar teclado...
Então, um dia, amanheci.
Abri as janelas da minha alma, olhei o sol da minha vida nascendo, e me descobri poeta.
Me descobri escritora.
Me redescobri.
Me encontrei comigo mesma, acertei meus próprios ponteiros e assim caminho, feliz.
Expresso o que sinto, o que sinto transmito, o que transmito, proclamo.
Isso me realiza.
Li muitos livros de auto-ajuda, mas depois percebi que, ninguém nos ajuda mais do que nós mesmos.
Encontramos satisfação naquilo onde colocamos nosso coração.
E que sejam coisas boas!
Meu coração às vezes, borbulha na superfície das palavras...
Ele vem à tona, sem dificuldades, em forma de palavras, porque palavras são para isso mesmo,
para comunicar alguma coisa a alguém.
Me realizo escrevendo, criando frases, juntando palavras, poetisando...
Por isso, hoje, ando pela rua em dias de sol, procurando as borboletas.
Quando elas cruzam meu caminho, fico mais feliz, porque o dia fica mais lindo!
E quantas delas tenho encontrado!
Todas amarelinhas...
Aos quarenta e um anos, andar procurando borboletas pode parecer pueril,mas faz um bem....
Cláudia Banegas