cerram-se à noite
quando as gentes regressam
ao calor dos lares
nos seus interiores há sempre uma cadeira
às vezes
um soalho que serve de descanso
para um noite que teima em tombar
nas camas da acalmia
e do sossego
às vezes
envolto de sobressaltos
abrem-se
pelo amanhecer
na frescura de cada novo dia
onde a esperança
volta a palpitar
nos peitos da continua espera
entreabrem-se
quando a despedida surge
para lá de todas as memórias
e no esquecimento de tantas vidas
quando outras vidas
também acontecem
fecham-se para sempre
quando a ruína tudo encerra
e as forças não alimentam as almas
provocando um desvanecer
que jamais terá novo regresso
até ao simples abater
António MR Martins
2011.08.03
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...