E assim se foi – Lizaldo Vieira
Meu tempo bom
De bichos loucos
Soltos
Do banho nu
Riacho
Pés descalsos
Comida de panela de barro
Colher e comer
Fruta madura no pé
Aos cachos
Casa simplesinha
De pau a pique
Minha doce vida mansa
De roça
Brejeirice
Tolice
Já nem existem
Tudo era mansa paz naquelas brenhas
Naquelas bandas
De ze ninguem
Vidinha boa
De gente átoa
Gente do bem
Mão na roda
Lá dos sertões
Vidinha
Vidão
Da massa
Da mandica
Do milho
Do fejão
Sem pressa de chegar
Com pouco se faz gente contente
Com quase nada se vestia
Água fresquinha da bica
No pote
Um fogão de barro
Fumaça no ar
Anuncio do amanhecer
Os dias eram infindos
As noites mansas
Bem sonolentas
Preguiçosa
Um convite ao bom sono
No mato bicho aos montes
Por trás do monte
Imagens novas
Prenuncio de vida vadia
Um sol se levanta
Radiante
E escondia-se mansamente
Todos os dias
Aí que sonho
Que poesia
Cochilo de inveja
Só em pensar em santa
Vidinha mansa
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...