Veias da Revolta
Enquanto vives esse teu mundo
Há um outro que nasce sem amor nem conforto
Respiras o ódio à tua volta
Vomitas o amor numa raiva revolta
Agarras com o teu sangue
E mastigas com as tuas mãos de verme
Sentes o cheiro da hipocrisia
Nas tuas narinas em justiça de anestesia
Numa janela dum mundo de confiança
Entra um raio de esperança
Que ilumina o teu espaço negro
No chão incerto que não pára
Olhas para trás e o que vês?
Afinal és alguém importante
Pois, és bom para pisar e ser humilhante
Onde está esse raio que não tarda?
Fosse eu esse raio que os parta!
Que corpo é esse que explode de ironia?
Nunca arrefece e tenta derreter a hipocrisia
Fosse eu ar negro nas narinas puras
Explodia por dentro e os espalhava nas ruas
Eis os importantes que nada sabem
Eis os que pisam, pisam amor e bondade
Nas tuas veias que congeladas não estão
Derretem, derretem e lutam contra a humilhação
Afinal tu receias
Tudo aquilo que te passa nas veias.