Hoje dou a volta ao mundo,
estou em parte incerta,
e na incerteza do que sou,
fico aqui até quando a saudade aperta.
Acordo, vem depressa,
diz o que quiseres para me ter,
hoje nem sei se te esqueça,
tenho nada, já não me posso perder.
Lua, lua, luar,
deito-me hoje sozinho,
na luz que me seduz ao deitar,
o luar, que na lua é carinho.
Carinho que hoje eu peço,
ao sentir-me mentiroso,
já nem me tenho, esqueço
agora aqui, teu corpo fogoso.
Sozinho, com peso em mim,
de tantos meus medos,
em todos estes poemas sem fim,
onde escondo todos os segredos.
Estou em mim,
como quem foge de algo,
fujo do meu pensar, sim,
como quando fujo do que amo.