Hoje estou vestido de nada,
despido de tudo o que sei,
sou uma figura inacabada,
que na folha desenhei.
A poesia sem rima,
que nesta noite escrevi,
pedindo à lua lá em cima,
que olhe esta noite por ti.
Fujo de ti,
com medo de já não te sentir,
como outrora senti
quando nessa hora, em ti soube sorrir.
Nesta noite louca,
minhas mãos já fartas de si,
querendo-te de uma forma louca,
leva-me contigo, não me deixes assim.
Não sei o que sinto,
quem sou, é tudo mentira,
ouve-se ao longe, que hoje minto,
e então de mim, toda a verdade se retira.