Quando a uma árvore são cortados os ramos da copa, vão-lhe nascendo mais perto da raiz novos rebentos.
Do mesmo modo, também as almas que ao despontar adoecem e quase fenecem regressam frequentemente à primavera dos sentimentos,
à apreensiva infância onde tudo começa, como se aí pudessem encontrar novas esperanças e reatar o fio condutor da vida que antes fora quebrado.
Os rebentos que brotaram perto das raízes anseiam por uma rápida ascensão, mas tudo não passa de uma ilusão, pois nunca a partir deles se voltará a desenvolver uma verdadeira árvore.
Hermann Hesse (1877-1962), escritor alemão, Nobel de Literatura em 1946, In: "Hans"