Numa aldeia, que podia ser a da minha terra,
Havia uma rapariga com o coração na boca,
Repugnava todo o mal e toda a guerra,
E por ser assim era conhecida como louca.
Os aldeões corriam atrás dela pela serra,
Tentando amedrontá-la e mantê-la mouca,
Puxavam-lhe os fartos cabelos, que não erra
A mão maldosa, que do mal se encontra.
Por tudo o que lhe perguntavam ela cedia,
Falava da sua vida e de seus senãos,
Até que veio o fatídico e desastrado dia,
Em que falando de suas coisas pôs em cheque
O seu bom nome, por defender seus nãos…
Aja aqui quem, por falar, também não peque.
Jorge Humberto
05/10/07