O choupal de folhas verdes e frondosas, estende-se prazeroso ao longo daquele rio, de águas cristalinas, que entoa o seu cântico de rara beleza, no murmurar da sua correnteza e que desliza mansamente, sem pressas, porque sabe que vai perder a sua doçura, no sal da imensidão do mar.
Em equilíbrio, nos ramos dos choupos, os pintassilgos, compõem belas melodias, num despique celestial.
As ramadas dos choupos, oscilam na leveza da brisa, que as acaricia, em aplauso aos sons que pelo ar ecoam.
A exuberante envolvência desta paisagem, exorta-me à paz, do corpo e dos sentidos.
Os raios do sol, que penetram por entre as verdes copas, são como estiletes de ouro, que enriquecem este deslumbramento único. Entontece-me, numa hipnose natural.
É no fascínio desta cena mágica, que sou levitado nos pensamentos, pelo Infinito.
Desejo que o mundo seja metamorfoseado por este encanto.
Quedo-me, absorto, perco-me no tempo.
Cansei-me do mundo, esqueço-o. Sou um ser espiritual.
José Carlos Moutinho
1/8/11