Estilhaços!
Sou a energia pura
Um pequeno e simples
Grãozinho de areia
Perdido, ali no deserto
Da minha utopia!
Sou um raio de sol
Sou fogo incandescente
Uma gota cristalina
Para animar, a vida!
Sou a terra, seca
Árida e lamacenta
Mas que te mata a sede.
Sou simplesmente o ar
Leve fresco e gracioso
Às vezes denso invisível
Outras, tão impuro!
Onde tu apenas respiras...
Sou a invisível semente
Que germina, cresce
Floresce, apenas no amor...
Com o teu bendito e belo
Olhar! A tua companhia
Faz-me feliz e sentir
Viva, poderosa e invencível.
Viro a uma delicada flor
Quando tu me amas.
Incondicionalmente
E nada pedes em troca
Sou a tempestade, vento
Formado no mar profundo...
Viro a calmaria quando ainda
Na terra, tu estás comigo
Sou a pedra do meu caminho
Que um dia aprendi, a trabalhar
Como um pedreiro perdido
Um construtor, de catedrais
Onde minha fé é inacessível
Apenas minha e do meu Pai
Sou aquela que chamam Fênix
Aquela que ainda se fere
Renascendo das cinzas...
Sou aquela sonhadora
Que ainda se entrega
Aos seus sonhos, sonhados
Aos que ainda, um dia irá
Sonhar, sonhos de muita paz
Sou poetisa, será? Mesmo?
Então porque será que eu
Ainda me entrego?
Por quê? A minha alma!
Sente tão estilhaçada.
Devorada pela maldade
Por quê? Os meus olhos
Ainda choram? Cansados!
Meu coração ainda
Sente a dor e a ingratidão
Não sei que dizer! Cala-te!
Deixa os meus lábios gelarem
Um dia, eles ficaram em minha lápide!
Quando o gélido da madrugada
Invadir todo o meu corpo já cansado.
A noite cobrir os meus ossos
Poder passar, pra lá do umbral!
Apenas! Sou os estilhaços da vida
Uma vida! Quase que aqui cumprida
Entre promessas de belas esperanças
Sou a mulher! Aquela mulher!
Que ainda acredita no caráter
Do ser humano, da palavra
Da honra, do saber, da dignidade.
E a esperança ainda se transforma
A paz entre desejos de tantas
Vitorias e batalhas da luz
Cumpridos, finalizados
Entre aprendizados, mas
Que ainda vale a pena
Levantar todos os cacos
Dos estilhaços da vida!
Betimartins
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