Quando o espírito se liberta
O Corpo fica em pedra
De estátua de mausoléu.<br />Os olhos do teu amor
Fez ferida ao ceifador
Com uma estaca no peito.
Um puro e simples beijo
Foi tudo o que se pediu
Mas negado até então.
Da Morte foi quem a deu
Roubando seu sopro de vida
Sem sentir o fado que se ardeu.
Dos teus olhos salgados de Mar
Fez bordar um breve rio
De lágrimas para sua cova.
Viúva triste de sorte
Quis Amor mas teve Morte
De seu homem, o infeliz.
Quando o marido soube do sacana
Pegou com a faca em punho
E feriu o bicho até à morte.
Mas caiu para o abismo
Foi puxado pelo amante
Que faz frio a seu lado.
Seu amante, o coveiro
O coveiro das saudades
Quando o marido se saía.
Seu amante e seu marido
Jazem aqui lado a lado
E a viúva, em lágrimas se cantava.
Em lágrimas de mar cantava
Pois da sorte foi-lhe negada
Mas da culpa, ficou prisioneira!
@ Setúbal, 5-10-07
(uma tentativa para um fado)
P de BATISTA