No meu passado, recordo como tua dama amada
esperando horas a fio o seu nobre e belo cavaleiro
foram muitas guerras, muitas batalhas, muita dor
e eu aqui, chorando no portão do nosso castelo.
Recolhia a mais alta torre, rodeada de simples pedras
tão frias como o meu pobre coração, ansioso, batendo
coberta de medos de poderes não voltares para mim
e eu buscava a Deus, implorando o teu regresso.
Na noite jamais queria deitar naquele leito vazio
onde outrora era quente e muito macio, eras tu
que, estavas lá comigo, sendo o meu amado amo e senhor
abraçando e nunca me deixando com medo e sim segura.
Agora sinto os fantasmas vaguearem pelo castelo
todo o frio invade a minha alma sem piedade
não sei o que é feito de ti, se estás ferido? Onde estas?
Só sei que minha alma se rasga de desespero, na dor e solidão.
Quero pegar no meu cavalo e partir para longe, rápido
lá para as terras do inimigo e poder buscar a ti, correndo
e te trazer em meus braços e no meu peito, seguro
para nossas terras onde fomos felizes, sempre.
Algo, invade a minha mente, tu não estás bem, eu sinto
que o meu peito abriu de dor, um frio de morte rasgou
todo o meu ser, queria gritar, não podia, lágrimas
saltavam sem parar de jorrar como uma fonte.
Escuto o cal vagar de muitos cavaleiros, agitação
corro, feito louca, para o portão e te vejo, inerte
já com a vida ceifada, sem poderes falares comigo
eu ajoelho, grito a Deus: Que tu fizeste comigo! Meu Deus...
Não quero mais viver, não quero mais estar aqui...
Vejo teu rosto sereno, frio, fecho os teus olhos, lavada
nas lágrimas que saem do meu coração, sangrando
estou perdia, sem chão que eu vou fazer sem ti?
Vejo a tua espada, o teu orgulho, de nobre cavaleiro
pego nela, perdida nos meus pensamentos, agoniada
nisto, empurro ela dentro do meu ventre, vou ter contigo
no além junto caminharemos neste amor que foi interrompido.
Betimartins
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