No escuro, não estou no caminho. Não há ninguém para me olhar por cima do ombro. Estou aliviada! Depois, como num impulso irreprimível, vem a necessidade de escrever. No escuro, mal distingo o débil contorno claro de uma folha de papel - escrevo! parece ardiloso, mas é pura necessidade... Passo a escrever como se tivesse lançado um barco negro no mar bravio. Faço a minha escrita com luvas sem cor e óculos escuros, parando a todo instante, passando a mão embainhada sobre as páginas para sentir os contornos e as expressões das letras que não tem perfil. O resultado, é um tipo específico de texto, talvez os que se assemelham ao surrealismo em seus primeiros anos, porque é deste modo que se compõe a minha alma.
Como não quero reler o que consegui extrair do âmago, impõe-me-lhe certa continuidade. Eu tenho que soltar as letras... Tenho que deixá-las voar e seguir... Deixo-me levar pela pulsação das letras à medidas que elas vão se desenhando no papel; a pontuação desparece... Repetições, ritmos, estruturas serão quase biológicas, não intelectualmente concebidas.
Com minha conversa com meus leitores, através de meu blog, ou até de minha escrita, eu de olhos fechados a ver por trás das pálpebras as palavras se movendo como que numa tela - são suspiros a procura de um orgasmo...
Eu escrevo sempre na tentativa de me apagar...
Quero roubar o contexto e fazer dele a minha personalidade persuasiva, pois deste modo, mergulha-se diretamente num sonho como se ele fosse real.
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