NAVEGANDO NAS LEMBRANÇAS
(Jairo Nunes Bezerra)
Sinto falta das paisagens que extasiaram a minha vida. Principalmente das emanadas do verde mar acinzentado da Ilha do Governador, beleza compartilhada pelos vôos altaneiros das gaivotas. À pequena distância, hospedado por amplo terraço, compunha variadas poesias retratando aquele espaço cedido por dádiva divina. Lá permanecia até o anoitecer, quando a lua arredondada tal pneu, bafejava com sua tênue luz a garrafa de vinho e taça quase cheia, que me alimentava fantasias ilusórias, produto de minha mente de poeta. A minha reflexão sempre era quebrada com o aparecimento de Helena, jovem e ativa doméstica que me ajudava a quebrar a monotonia do momento com seu belo sorriso e decote atrevido onde oscilavam belos seios, que completavam a vista presente. Helena, amor e luxúria, inebriando até o vinho tinto seco que jazia à sua proximidade. Paro de recordar e sinto-me distante daquele lugar. Estou numa fazenda denominada “Nas Quebradas das Serras”, onde repousam as minhas lembranças e onde proliferam as minhas fantasias. É noite e a lua, entre estrelas, se destaca liberando um clarão azulado intenso. É hora de recolher-me.[center]
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