Deusa tu és, minha querida amada,
ser divino, que me acolheu,
quando minha vida era quase nada,
e tudo se me esqueceu.
Vieste meigamente ao meu encontro,
trazendo alegria ao meu ser,
e para ti, meu lindo amor, fiquei pronto,
quando da manhã se via o nascer.
Busquei nos teus olhos, do sol a luz,
e do mar teus lábios salgados;
nesse efeito, que a mim tanto me seduz,
quando, de sonhos, foram beijados.
E minhas mãos, nas tuas, tão sedosas,
as acolheram com carinho;
mãos tão belas eu nunca vi, formosas,
como às flores do azevinho.
E o teu sorriso, contagiante, me alegrou,
fazendo-me muito mais feliz –
da mulher a graça, que a mim me cativou,
que nada no mundo nos desdiz.
No teu belo rosto, mariposas coloridas,
e asas de um pequeno colibri;
tens nele, hierático, folhas nunca lidas,
que me vais desvendando a mim.
Toda tu és perfeita, não há quadro igual,
neste mundo rarefeito.
E eu trago-te, dos deuses, o secreto sinal,
marcado a fogo, no meu peito.
Jorge Humberto
24/07/11