Poemas : 

Intemporal

 
Intemporal
 
Renuncio.
Que as minhas mãos
estão tão mal acabadas,
os rascunhos ainda lhes são visíveis.

Por todo o lado.
Vai. Estou a falar sériamente.
Vai. Tão cedo? Pode ser.
Ainda podias ficar mais? Tanto melhor.
Mas vai. Vai lá.

Deves ter que fazer. Mais que.
Suponho.
Ainda não é hora de partires?
Não, nada tenho agendado.

Permaneço. Como? Existindo continuamente.
Exacto, com(o) uma função.
Ainda não é a hora de ires? É sempre hora.
Pode não ter chegado.
Seguindo o ocasional, materializam-se atrasadas, já.

Que bom.
Insistente? Possivelmente. Saudade? Ausente.
Dormente, precisamente, convém.

Lá está, renuncio.
É sempre tempo. Repito.
Dou-te tempo, se necessário. Para que
tenhas tempo.
De ires. Porque não?

Faço-o porque não sei.
Tenho alternativa? Se assim o quiser.
Quero. Mas renuncio. Uma vez mais.
Curioso.

Ao nada, ao tempo, ao estar. Ser, quase.
Ao tempo que estimar.
Para ir.

E voltar.
Evidentemente.

 
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MEduarda
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 21/07/2011 16:23  Atualizado: 21/07/2011 16:23
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Usuário desde: 23/06/2011
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 Re: Intemporal
Boa tarde MEdurada, sua personagem faz um jogo de sena, e fica estática onde sempre esteve, no aguardo de que o outro faça algum movimento, para que ela saiba que posição tomar, meus parabens pelo seu sapiente poema, MJ.