Sim, quero gritar e libertar
a cotovia bela que há em mim
e no céu azul fresca voar
e logo me reconhecer enfim...
E depois pousar no jardim
onde tu mulher me esperas
envolta no odor de jasmim
e na cabeça uma coroa de heras...
Então me dás a mão e levas
a passear na paz sem fim
e o sol vem depois das trevas
e o som puro dum Querubim...
Beijas-me com tanta ternura
até que te deito no manto
verde e solto toda a loucura
que trás ao mundo o espanto...
E brincamos até mais não
com chuva e sol de permeio
e o arco-íris cobre a paixão
e uma gota brilha em teu seio...
Ah, mulher que estás na alma,
quero voltar a estar contigo!
Quero respirar em ti a calma
e cantar o cantar de amigo...
Ajuda-me mulher boa como eu...
Ah, faz-me sair da letargia,
faz-me rasgar o vermelho véu
e cantar e amar noite e dia!
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