Minha inconstância, dá conta de mim,
meus silêncios, me afrontam,
e neste quarto escuro, não sei de ti,
vis demónios me confrontam.
Queria o sol todo o dia, alto a reluzir,
e os jardins prenhes de flores,
para que tu pudesses, à minha falta, vir,
envolta em flamejantes ardores.
E acariciando o teu meigo e lindo rosto,
afastar esta febre que me molesta,
e ao nosso beijo, co leve sabor a mosto,
viesse só a beleza, que nos atesta.
Porém, a lonjura agora se faz pertinente,
traindo nosso amor tão emotivo,
e dou por mim, ó degredos, de ti ausente,
quando de ti eu sou eterno cativo.
Vivo a minha vida, em total sobressalto,
espelhos oblíquos me confinam,
e só a tua lembrança, me eleva ao alto,
que dos versos, eles se arrimam.
Que a candura faça aqui desmedida raiz,
e que minha peleja tenha fim,
para que, juntamente contigo, eu seja feliz,
adejando voos, que me levem a ti.
Jorge Humberto
18/07/11