Bela criatura, como pode ser assim tão dura?
Você sabe do meu amor por você, mas, sua postura
De frieza e indiferença diz que nem percebe minha presença!
Pudera eu vençar essa força incrível, que a torna irresistível:
Tornar-me-ia um escravo liberto seguindo a vida com compassos certos!
Mas o que ocorre: eu levando a vida de porre em porre!
Só me resta, enquanto você vive em festa, olhar a vida por uma fresta!
Sábio ancião disse-me que o tempo cura tudo, até dilacerado coração!
Sendo assim, rogo a ti, deus que a tudo cura, cure minh’alma sofredora!
Manoel De almeida