Em dias de claridade inventada,
Dou por mim de olhos fechados,
Fazendo acenos ao sol.
E assim debruçado na minha janela,
Passo horas em vénias e adoração.
Não quero até saber,
Se, de olhos abertos, veria mais luz,
Ou seria mais grato ou reverente,
Por o sol beijar a minha janela.
Sei apenas -ou suponho saber- que o sol,
Generoso sol,
Me adentra pelo lado da alma.
Tivesse eu alma maior
E talvez meu sol fosse mais luz!
Dionísio Dinis