Tivesse eu, ao meu dispor, tua presença,
e de anelos me disporia, ante ti,
como se fosse uma qualquer sentença,
sem grilhetas, que nos omitisse assim.
Tivesse eu, o poder de te chamar a mim,
quando o desassossego me atraiçoa,
tranquilidade viveria, diante de ti,
como o meu amor, que a ti se afeiçoa.
Tivesse eu, a tua eterna e terna companhia,
com desvelo e douto respeito,
às coisas belas da vida te mostraria,
tudo o que dentro vai, no meu peito.
Tivesse eu, o condão e a lauta sabedoria,
de te trazer para o meu pequeno mundo,
de lindas flores te encheria e de alegria,
e tornaria nosso amor mais fecundo.
Tivesse eu, teus olhos nos meus olhos,
e o teu sorriso adjacente a mim,
lindos ramalhetes teceria, aos molhos,
e mil sóis reluzentes, te daria a ti.
Mas agora sou metade de mim e desfaleço,
em ardentes desejos de te ter,
que de teu amor eu jamais esqueço,
só de mim, vivo a me entristecer.
Jorge Humberto
15/07/11