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Vigília

 
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Procura o olhar da Luz o brilho
Na cinza agonizada que esfria,
Oculta, irrefletida, sem vida, sem sentido;
Pirilampo revoado ao clarão do dia;
Candelabro à escuridão rendido.

Da mesma luz branca o coração procura
O fluente brilho, dantes denso e quente,
Para emprestar às sombras regenerada alvura
E aquecer a face fria do presente

Na cela, as paredes mudas e frias
Aprisionar decidem a solidão da hora
E as moribundas certezas em pele e pano
Revelam-se falsas pérolas, sem demora,
Na prontidão do presente soberano.

Alertados todos, auscultam os sentidos;
À soleira o inimigo espia.
É noite, noite tardia e a flacidez ausente.
O silencioso coração que por si não pulsa
Silencioso, provado, mas presente,
Dos ritos pontuais sobe à gávea e vigia
Por sobre as ondas dos desertos temporais
E franqueia ao mar aberto da solidão tardia
A alma criança que ora... E vigia... E ora mais.


 
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Manito
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 12/07/2011 16:52  Atualizado: 12/07/2011 16:52
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Mensagens: 10200
 Re: Vigília
Boa tarde Manito, seus versos descrevem um personagem de alma inquieta, procurando um lugar ao solo, e deparando-se continuamente com forças coercivas, parabens pelo seu contundente poema, MJ.

Enviado por Tópico
gabrielas
Publicado: 12/07/2011 17:36  Atualizado: 12/07/2011 17:36
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Mensagens: 539
 Re: Vigília
Caro poeta, que belo poema.
Abraço poético para si.
Gabi