Poemas -> Amor : 

O nosso poema (Parte II), a perda…

 




- “Mesmo após a morte e fechando meus olhos,

Eternamente… tu ainda por este mundo andarás,

Os olhos da minha alma irão abrir-se para te continuar a

amar!”


Pois…

Partiste meu amor…
Quis o beijo da morte levar-te,

No meu coração ficou a dor…
Na alma…o negro, o luto de tanto amar-te!

Nos olhos o ardor, por cada lágrima derramada…
Sinto-me barco á deriva…
Nem perdida…nem achada…

Hoje sou alma penada…triste e desconsolada…
Sou tempestade…gotas de chuva…
Que caem torrencialmente…

Sou ferida…
Que machuca…que lateja constantemente!

A tua ausência…é espinho cravado no meu coração,

Sinto-me ira…agonia…solidão!

Saber que o teu doce e meigo rosto,
Não irei mais contemplar…
Ou o teu lindo sorriso ver,
Abraça-me o desespero…a vontade de não mais acordar!
É como se para mim não voltasse a amanhecer…

Tenho frio…sinto-me gelada,
Puxo mais um cobertor…estou tão cansada,
Sinto os olhos tão inchados de chorar…
Abraço a almofada…

A cerimónia foi tão bonita…
A musica…as flores…o lugar…

Paro de divagar…

Cada dia sem ti é um tormento…juro, não sei se aguento!

A cama está tão vazia…Sem ti fica tão fria…
O teu cheiro…está entranhado no quarto, na roupa,

Fecho os olhos…por momentos sinto a tua presença,
O teu toque, o teu beijo, o teu calor…

Abro-os…obviamente…tu não estás,
Sinto que vou dar em louca…

Desato a chorar novamente.
Meu Deus…tem misericórdia…tem piedade,
Sinto-me a transbordar saudade…

Na minha mente as mesmas perguntas…
Que teimam em não dispersar…
Porquê? Porquê ele meu Deus?
Porque não eu? Porquê este tormento?
Serei eu merecedora de tamanho sofrimento?

Respiro fundo vezes sem conta…para conter a minha cólera.

A tua ausência meu amor…tem sido duro Inverno,
Sou alma inquieta…
Sou passagem aberta…entre este mundo e o inferno!

Encolho os joelhos contra o peito,
E num choro desenfreado balanço…de tristeza quase pereço…
Carente…neste frio e cruel leito…
Exausta…fecho os olhos e adormeço!

Durante meu sono inquieto…
Sossego…
E estranhamente…
Não te vejo…sinto-te…
Não é fruto da minha imaginação…é a tua voz que ressoa,
Sei que estás comigo meu querido…
Em sonho…talvez…não sei…
Mas ouço…o teu desabafo…
Ouço…é a tua doce voz… que me sussurra ao ouvido:

- “Por te amar demasiado!
Choro pelo teu excessivo chorar,
Pela perda…pela sensação do acabado!
Choro por saber o quão imenso é o teu amor.
Por não poder secar as tuas lágrimas e te dar consolo.

Choro pela tua falta de paz, pela tua dor…
Pois a tua dor…dói demasiado em mim,
E sem a tua paz, como não poderei eu deambular assim…
Inquieto…em desanimo…

Choro por me iludir…
Ao pensar que ao te tocar, ainda me poderias sentir,
Por imensamente desejar amar-te todas as noites,
E não poder!
Tudo isto dói demais… como eu te amo…
Choro ao ver-te aí sozinha, carente…
E não poder fazer-te sentir o calor do meu abraço,
Proporcionar-te infinito prazer...
E te embalando, deixar-te adormecer…
Serena…tranquila, em meu regaço!

Lamento incessantemente ao ver a tua triste forma de viver,
Amarguro pela minha partida…
Mas contra a morte nada se pode fazer, minha querida!

Ao ver-te aqui estendida no nosso leito,
Tão bela…adormecida…
Que infelicidade sinto, por estar aqui ao teu lado…
E no entanto…não me podes ver…

Tolamente sonhei que a qualquer momento,
Iríamos ficar juntos…novamente…

Teu rosto…acanhadamente…contemplo…e,
Minha alma chora…grita…desesperadamente,
Ao ver que os teus sonhos de outrora…
São para ti, hoje…Impossíveis…

O que eu faria…para torná-los a todos reais,
Completar-te…fazer com que em tudo te superasses,
Que unidos, déssemos as mãos…
E amando-te totalmente…eternamente, ao meu lado ficasses…

Realista que sou, sei serem desejos tolos, vãos…
E por isso lamento…choro…por meus olhos ter fechado de vez,
E não te fazer sonhar mais!

Deixo-te agora dormir…e,
Docemente te beijo…
Ressequido por não poder sentir-te,
Carente…por não mais poder possuir-te…
Mas sei-te tão minha…tão minha…
Minha linda e bela flor!
Estarei sempre contigo…será sempre teu, o meu amor!”




Acordo…tuas palavras ressoam no meu pensamento…

O dia amanheceu…e eu tenho que me levantar,
Corro as cortinas…o sol brilha intensamente…
Abro a janela…sinto a brisa na face…
E soltando uma lágrima, sorriu…tudo será diferente…sei.

Mas sinto-me invadida por tudo o que me ensinaste,
Por todo o amor que me deste…estejas tu onde estiveres…
Sei que estarás sempre comigo…
Estás presente…em tudo o que vejo, em tudo o que toco…
Em mim mesma…

E se outrora fui primavera…
Hoje…sou a ultima folha de Outono…
Caída, seca…que impaciente espera…
Relembrando cada momento do passado…
Vivendo-o como se fosse o presente…
Esperando ir ao teu encontro…nesse outro lado…
E aí sim meu amor…aí sim…
Juntos…lado a lado…
Amar-te-ei eternamente!


( Vania b.)


 
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anjinho_perdido
 
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Enviado por Tópico
marco_ramos
Publicado: 04/10/2007 19:22  Atualizado: 04/10/2007 19:22
Muito Participativo
Usuário desde: 09/07/2007
Localidade: Porto Alegre (RS) e Salvador (BA) - Brasil
Mensagens: 50
 Re: O nosso poema (Parte II), a perda…
Lindo poema...

Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 04/10/2007 21:26  Atualizado: 04/10/2007 21:26
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
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Mensagens: 4246
 Re: O nosso poema (Parte II), a perda…
Muito lindo poetas, parabéns pela inspiração!