Nas minhas noites de escuridão,
não deixo que a alma me oprima,
e na boca fica-me a sensação,
de uma refinada auto-estima.
Mesmo em desalinho comigo,
com os céus em contradição,
busco, por pensar, um amigo,
que encha de ternura meu coração.
No quarto obscuro me passeio,
entre cerâmicas e poemas,
e pelos caminhos dos livros que leio,
encontro formosos fonemas.
E sou feliz, mesmo estando triste,
por casualidades da vida,
e ergo o meu punho em riste,
parecendo que estou de partida.
Jogo meu peito de encontro à porta,
me estímulo entre versos,
e quando vem de lá a dita retorta,
expulso de pronto os meus inversos.
Sou inteiro e a verdade anda comigo,
em cada poema a amizade,
que descrevo, dos amigos, para consigo,
que de gestos, trazem-me felicidade.
Assim a minha musa encantadora,
que me presenteia com seu amor,
e no alto céu o sol doura,
com a poesia aqui a não contrapor.
Desta vida, que desceu até mim,
me fiz poeta e amante,
cada vez, amor, que me lembro de ti,
tudo pulsa, como se uma bola saltitante.
E meu ser extremamente contente,
adormece sem contradições,
sonho sonhos, que são de toda a gente,
pois sou eu que guardo suas ilusões.
Jorge Humberto
08/07/11