Poemas : 

Cordeirinho (Gabriela Mistral)

 
Cordeirinho meu,

calada doçura.

Meu peito é uma gruta

de musgo e de felpo.


Carnezinha branca,

fatia de lua.

Tudo olvido para

ser morada tua.


O muno, que vale?

De mim não percebo

mais que o colo farto

com que te sustento.


De mim sei apenas

que em mim te reclinas.

Tua festa, filho,

toda festa exprime.


Gabriela Mistral, poetisa chilena, Prêmio Nobel de Literatura.
 
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AjAraujo
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