Nos deslumbramentos, que esta vida nos traz,
É fácil esquecer ou omitirmos, quem nos rodeia;
De bom juízo – cegos para o mundo – incapaz,
Somos como aquele véu que nos acha e norteia.
Passamos por cima dos outros como acto vulgar;
Não conversamos mais, impondo nossa verdade;
Até que, por fim, inermes, depois de tanto julgar,
Reclamamos dos outros, a falta de solidariedade.
O mundo precisa mais do que nunca de todos nós,
Que sejamos vizinhos, uns dos outros – até ao fim,
Para que não mais, nesta vida, caminhemos a sós.
Basta pôr o orgulho de parte e sermos genuínos,
Recorrer à palavra, que nos diz do não como do sim,
E escutar lá de longe o rústico ribombar de mil sinos.
Jorge Humberto
01/10/07