Dá a surpresa de ser, a vida,
de descermos até nós sem medos,
já a sorte nos dá a vida devida,
altruístas e sem segredos.
O que és de ti sê para os demais,
mostra só o melhor que tens,
assim de reconhecer-te, jamais
te esquecerás, nem ao que vens.
Reclusos deste belo mundo,
temos nas mãos a nossa liberdade,
que o nosso crer seja profundo,
para que vivamos em verdade.
A vida é justa para quem procura,
dentro de si, a sã humildade,
que seja aqui para sempre a ternura,
sem qualquer fatalidade.
O fado vadio, que nos entristece,
tem nos acordes a alma,
quem se entrega nunca esquece,
a sinfonia que nos acalma.
Na orla do rio, serenamente,
está poisada a nossa incumbência,
de sermos generosos sumamente,
utilizando a nossa complacência.
De espelhos opacos te liberta,
realiza-te a cada momento,
haverá sempre uma porta aberta,
para quem da vida está sedento.
E assim nas calhas do coração,
serás muito mais feliz e inteiro,
que tragas a paz na palma de tua mão,
para os outros seres verdadeiro.
Jorge Humberto
07/07/11