Minha amada, que triste caminhas,
desesperançada do amor, que te quer bem,
e que teces a tua vida de cruas linhas,
crê em ti completamente, pois tu és alguém.
Que esse amar distante, se faça presente,
de palavras distintas, que me dês a ouvir,
pois ainda que em desalinho, eu sou o que sente
as tuas dores, e te acalmo, no teu carpir.
Sente as fragrâncias das flores, descansando no jardim,
vê como são belas, frágeis e coloridas…
ao sol se entregando, apaixonado jasmim,
procura poiso certo, em tuas mãos amigas.
Escuta, ternamente, o sorriso de uma criança,
que brinca na rua, na sua macia infância…
e cumprimenta-a, pois ela se chama esperança,
e não nutre descaso nem ganância.
Olha os frutos, que nas árvores se mostram frondosos,
vê como eles ruborescem no cimo de si…
nesta vida de luta, temos de ser teimosos,
para que a alegria, se acerque de ti.
E assim, na madrugada viçosa, de tua vida,
de belezas tais te cerques, e sê só tu própria…
teus olhos, à tristeza, que te é indevida,
hão-de afastar das nuvens, o negrume, sua cor imprópria.
Jorge Humberto
07/07/11