Quando eu partir, solidão (parceira minha),
Talvez em noite alta ou tarde desmaiada,
Numa manhã de sol ou fria madrugada,
Entrego ao teu cuidado os frutos desta vinha.
Apago estes passos tortos da estrada,
Devolvo esta surrada ilusão qu’eu tinha,
Entrego esta esperança que sempre foi minha
De mão beijada a ti no fim desta jornada.
Deixo aqui neste mundo um grito de saudade,
Desemaranho o espírito, livro-o desta rede
Na última parada, salto desta linha.
No fim desta eterna incompatibilidade,
Eu vou de encontro à água que mata minha sede.
Enfim desato os nós e deixo-te sozinha.
Frederico Salvo