Do poder genético de uma célula do sangue
Rebentam descontroladamente milhões
Juntam-se estes poder errante
E se acumulam grandes sanguíneos pulgões
A multiplicação errada do bem (células sanguíneas)
Provoca poderes separados
O corpo saudável que antes se tem
Degrada-se em males alternados
Diminuindo aqueles que são capazes
De transportar o poderoso e indispensável oxigénio
Negam-se as funções bases
Dando vontade de dormir e pouco génio
O cérebro começa a pregar partidas
Dando dores de cabeça, tonturas
Brotam do nada quedas
Salvadoras e não seguras
Os músculos, descoordenados
Mostram a sua fraqueza de movimento
Defendem-se se atacados
De forma forte de mais que o pensamento
Diminui então a vontade de comer
Não havendo vontade á magreza
Distúrbios mentais de certeza
Que não ficará por aqui
Não havendo como o sangue coagular
Começam os desvios para fora
Dos orifícios começam a jorrar
Sangue sem caminhos, sem hora
Podem jorrar pela boca, gengiva, nariz
Não há mal sem seguimento
Do coxis sai também este elemento
Vital para o nosso ser
Agora em ultima estância
Vejamos faltar a defesa
O corpo degrada-se em escada
Sendo invadido a toda a frequência
O corpo perturbado
Tenta defender o tudo
Jorreia suor descontrolado
Aumentando a temperatura mudo
Na boca aparecem aftas
Que mostram tentativas de defesa
A barriga enche desesperada
Tentando dar volume a fraca influência
As células do mal podem entrar nos órgãos e ossos
Originando mal estar doloroso
Articulações, um exemplo, a se aleijar
Não fazem o movimento prazeroso
Flávio Miguel Pereira, poeta
Este poema é mais uma tentativa minha de simplificar o vocabulário dito pelos médicos na presença de doentes leucémicos.
flávio pereira