Depressão
Não foi a tristeza que contou,
Nem a dor que me mostrou.
O que as lágrimas fazem no olhar?
Não sei por que estou a chorar.
Escudos contra a própria verdade
E como se foge da saudade?
É um pranto escondido.
É uma dor sem sentido.
Acima de toda a escuridão,
O que pode existir além da solidão?
Onde está o sentido, a vida, a existência...?
Onde foi parar a inocência?
Se não são lágrimas de paixão
Pra que será este pranto?
Se não é um lamento ao coração
Por que o silêncio me atormenta aos cantos?
Segure a verdade aqui dentro de mim...
Segure, para ninguém saber.
Se isso, dói tanto assim
Por que não morrer?
Punição
... Encobrindo a dor com outra dor.
Secando o próprio amor.
Sem intenção de matar,
Somente fugir, escapar.
Sangue escorrendo
Qual será a próxima ferida?
Enquanto a alma vai morrendo
A dor é corroída.
Por enquanto, esquece a dor da emoção,
Mas as lembranças ainda existem.
Por enquanto, amortece o coração,
Mas as batidas ainda persistem.
E por que ainda está ali?
O grito da dor ensurdecendo...
Foi mesmo eu que feri.
Por enquanto vou cedendo.
Às escuras... Escondido.
Ainda ninguém deve saber.
Os sons do grito suprimido,
Gritam para eu sofrer.
Anestesia
Como é não sentir nada
E somente esquecer?
Enquanto a visão é mascarada,
O coração ainda não vai ceder.
Somente por enquanto vai persistir.
Somente por enquanto não vai ouvir.
E somente por enquanto vai haver,
Uma forma de esquecer.
Envenenar a própria dor,
Anestesiar o amor.
Sobreviver a vingança...
Deter a esperança.
Fim
Tudo acaba.
A vida desaba
Sobre mim.
Esqueço, enfim.
Acho que estou apaixonada pela minha tristeza....