Escrevo porque essa distância sufoca minhas mãos
Porque não tenho nada mais além da caneta, do papel e de mim
Escrevo simples, distritalmente, assim como sou e vivo
Horas agrado, horas não
Horas o que já agradou desagrada e vice-versa
Escrevo meus pavores, escrevo tudo que me falta coragem de falar
Escrevo a vida alheia, escrevo a notícia
Escrevo a descrença e suas vantagens
Escrevo a saudade, a ausência e a solidão
Mas também escrevo o ar, o mar e o amar
Escrevo até sem palavras, mas esse é só meu
Gosto de trechos, dos pensamentos, das frases largadas por aí
Leio pouco, só o que me interessa. Nunca me aprofundei na obra de ninguém
Já tenho fantasmas demais, para me embriagar com o dos outros...