Respiro poeira,
Restos soltos do meu passado,
Colorindo caídos em repouso,
Pintam de cinza,construções desse mundo novo.
Pedaços mortais sussurram invisíveis,
Envoltos em luz solar se perdem entre fios de esquecimento.
Do asfalto erguem-se apertadas colunas humanas
Lembranças sensíveis no desenho das esquinas
No cimento,camadas de anarquia legalizada.
Metrópole,acelerada em progressão,
Geométrica,verticaliza nossa vertigem inspirada.
Céu pálido de nuvens inorgânicas e tóxicas.
Incenso inválido,poluindo nossa pátria industrial.
Monarcas nus caminham maquiados em preto e branco.
Se asfixiam no brilho nublado,
Vapor das escuras linhas de carvão amargo,
Estacionado num limite intuitivo...
Vejo o mundo do precipício agudo.
Os cantos que definem meu espaço sobrevivente se diluem,
Questiono essa paz de angustia nos olhares borrados,sonolentos.
E o eixo cresce em ascensão,
Os barracos marrons escorregam pelas laterais das extremidades geológicas.
Enfim passam os dias logicamente numerados pelo excesso
Pulsa alegre o sorriso do menino voando em seu quadrado.
Armado um menino protege sua revolta,
Sangue na sarjeta oferece calor aos corredores esquecidos.
Os dias passam,quando me encontro comigo...
Ferido,o dia segue sem outros ruídos.
Silêncio monótono que creio ser estéril...