Ficamos ambos perdidos nas perguntas do passado.
Guardamos memória dos pés enterrados na areia, penetrados nas pequenas ondas do mar que iam e vinham desenhado linhas curvas por onde deambulávamos, riamos e corríamos.
Sentamos a mente no tempo e procuramos as recordações de tempos antigos, eu conto-te sobre a minha infância, tu riste-te da ingenuidade permanente dos meus actos antigos, tu falas-me dos teus pecados, eu, insatisfeita, tapo a boca com a palma das mãos e, seguidamente, aperto-te as bochechas como que um arrelio.
Silêncio.
Pegas-me nas mãos e tocas-me no corpo e todas as memórias antigas são em vão, o nosso momento torna-se os Verões de criança, as estrelas que contávamos pensando que eram antepassados, os sonhos repletos de magia de ironias de fadas inconscientes.
les fleurs mortes.