Tudo que não é
Próprio, é relativo.
Tudo que não é
Sentido, é irrelevante.
Qual certeza tem,
Se não é drama?
A quem dar ouvidos,
A quem deitar o corpo,
A quem dar-se inteiro,
Se nada é certo e se certo,
Não verdadeiro?
A quem se chama,
Por quem clama,
Se mesmo aquém de outrem,
Definha só, ainda, na lama?
O choro inconstante,
Que ainda derrama, se
Remete ao despudor
Decerto da dor?
Não existe verbete correto
Que defina o cárcere
Intrépido do ser tétrico.
Não existe cor num mundo
De redemoinhos estóicos.
2010